segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Missa Afro

“A Igreja Católica tributa um sincero respeito em relação aos cultos afro-brasileiros, mas considera nocivo o relativismo concreto de uma prática entre ambos ou de uma mistura entre eles, como se tivessem o mesmo valor, pondo em perigo a identidade da fé cristã católica (g. m). Ela sente-se no dever de afirmar que o sincretismo é danoso ali onde a verdade do rito cristão e a expressão da fé podem facilmente ser comprometidas aos olhos dos fiéis, em detrimento de uma autêntica evangelização”. (L’Osservatore Romano n. 40 de 7/10/95, p.7)


Inculturação? Não é.


Os defensores da chamada “Missa Afro” a tentam vender como uma inculturação a fim de contemplar a cultura afro-brasileira, e concordo com D. Estêvão Bettencourt quando ele diz que “o espetáculo daí resultante não atingiu a sua finalidade, que era elevar as mentes a Deus em atitude de oração; lembrou muito mais os festejos folclóricos do nosso povo, associados a Carnaval e a cultos não cristãos”.


A inculturação tem como finalidade transmitir as verdades do evangelho, apresentando-as de forma que os destinatários as possam compreender e viver, aproveitando as expressões culturais de povos não-europeus, que guardam, assim, sua identidade. Não é tarefa das mais fáceis, podendo fácilmente descambar para o abuso, como vemos por ai.


Inculturar é assumir, dentre os elementos da cultura (linguagem, gestos, símbolos…) de cada povo, aqueles que possam ser veículos fiéis e dignos da fé católica, não deteriorada nem adulterada. (…) Quaisquer que sejam os gestos e sinais aplicados à Liturgia, deverão sempre contribuir para que se levem as mentes a Deus numa atitude de oração e adoração. Caso este objetivo não seja atingido, mas, ao contrário, se provoque dispersão e perplexidade entre os fiéis, os símbolos não podem ser considerados autênticos.*


O Concílio Vaticano II não aprova as Missas Afro:


“A Igreja não deseja impor na Liturgia uma forma rígida e única para aquelas coisas que não dizem respeito à fé ou ao bem de toda a comunidade. Antes, cultiva e desenvolve os valores e os dotes de espírito das várias nações e povos. O que quer que nos costumes dos povos não esteja ligado indissoluvelmente a superstições e erros, Ela o examina com benevolência e, se pode, o conserva intato. Até, por vezes, admite-o na própria Liturgia, contanto que esteja de acordo com as normas do verdadeiro e autêntico espírito litúrgico (Constituição Sacrosanctum Concilium n° 38).


As Missas Afro que se vêem aos montes por aí não cumprem nenhum dos requisitos para a inculturação, não podendo ser consideradas como tal. São fruto do desconhecimento do verdadeiro espírito da liturgia e da desobediência das normas prescritas pela Santa Sé.


*Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS” – D. Estevão Bettencourt, osb. – Nº 403 – Ano 1995 – Pág. 560

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